sábado, 27 de fevereiro de 2010

carnificina

já jorge melícias fala da poesia como uma carnificina sem sangue. tem a sala limpa, melícias. tem a sala limpa e a casa arrumada, cada objecto de corte arrumado no seu lugar, cada página brutal e encenada com a voz que se afina, humanizada máquina. sem sangue, sem sangue onde as palavras pulsam a cada momento, onde as palavras crescem como corpos laboratoriais, experiências que forçam, a cada verso, o limite de si mesmas. uma carnificina sem sangue. um corpo destroçado, porém, belo.