sexta-feira, 8 de outubro de 2010

gimonde

nunca nenhum outro silêncio como este. nunca nenhum outro sossego. aqui, nem os animais respiram alto. as ruas desfazem-se no eco do sino, os passos ecoam leves por toda a aldeia. nunca nenhum lugar assim. a ponte romana, as pedras no rio, os cães e os gatos adormecidos. não consegues perceber porque te sentes tão diferente ou tão feliz num lugar assim. és da idade das pedras e os olhos tens-nos fechados. nunca nenhum outro silêncio onde se acorda a meio da noite como a meio do dia. as palavras rareando e as palavras reencontrando-se. não, não sabes explicar. nunca nenhum lugar como este. nunca nenhum lugar assim.