segunda-feira, 25 de outubro de 2010

noite

vais falar do quê, agora que o corpo um pouco mais morto, algum vinho, alguma cerveja, o fumo dos cigarros, vais falar do quê, agora que chegas a casa e olhas para a página em branco, que recordas metade das conversas, os cumprimentos, um abraço, muitas palavras repartidas, algumas ameaças, vais falar do quê, do passo cambaleante ao subir a rampa, da imaginária jogada que desenhaste na rua vazia, das pessoas que são importantes porque existem e te reconhecem e te oferecem uma parte do tempo, vais falar do quê, do quê, logo agora?